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Resposta às utopias

Não! Eu não vou forjar o sorriso!
Eu não vou sorrir para fazer ninguém mais sorrir.
Eu não QUERO e não VOU forçar NINGUÉM a sorrir apenas por um critério de educação e/ou cortesia.
Quero sorrisos sinceros,
Gargalhadas sem sentido,
Quero cambalhotas no ar,
Rodopios na grama,
Piadas sem graça.
Quero lágrimas, sim. Por que não?
Por que prender o choro?
Por que abafar e calar a voz da dor?
Não! Eu não vou forjar o sorriso!
Não vou conter as lágrimas.
Não vou dizer que estou feliz PARA agradar
Não vou dizer que estou feliz POR agradar
Não vou dizer que estou feliz A agradar
Não vou agradar ao mundo!
Não preciso provar que sou bom
Se eu mesmo tentar provar para os outros
É porque ainda não provei pra mim mesmo.
Sou diferente?
Sou estranho por não calar minha voz,
Não forjar sorrisos ou não conter lágrimas?
Sou estranho por duvidar até de dúvidas,
Perguntar às próprias perguntas e
Questionar às mais óbvias certezas?
Sou diferente por DEMONSTRAR fraquezas? Por não me fazer de forte?
Sou diferente ou EXPLÍCITO?
Ou será que todos pensam assim
E têm medo e/ou vergonha de mostrar a cara?
Então, sou diferente por ser TÃO igual?
Não! Eu não nado contra a correnteza!
Como todos, eu bóio,
Deixo a correnteza ME LEVAR,
É mais fácil, menos cansativo.
Se a bóia virar? Me afogo!
Ué, o que é a vida senão uma correnteza?
E o que somos nós senão criaturas esperando
(o certo!) afogamento?
O que é a vida senão um teatro?
Drama, comédia, suspense, aventura...
FINGIMENTO!
O que somos nós senão atores
(coadjuvantes, diga-se de passagem)
Com passos coordenados
Por um diretor misterioso?
Não, eu não forjo sorrisos!
Eu não me limito, não impeço o espanto,
Não tenho medo de causar dor,
Quero (sim) ser motivos de lágrimas.
Não! Eu DEFINITIVAMENTE
Não forjo sorrisos!





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